Equipes solidárias: por que em grupo e não sozinho? - Resenha crítica - Renata Di Nizo
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Equipes solidárias: por que em grupo e não sozinho? - resenha crítica

Equipes solidárias: por que em grupo e não sozinho? Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Cultura Corporativa & Comunicação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Equipes solidárias: por que em grupo e não sozinho?

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-3231-018-7

Editora: Summus Editorial

Resenha crítica

Eu e o grupo

Para começar a decifrar como é nossa relação com grupos, a autora relata como o teatro lhe ajudou a entender seu lugar no mundo. Por meio da arte, descobriu o significado do vazio e dos contornos. Também foi ali que entendeu a dor da morte, a intensidade das paixões e os gestos únicos e marcantes com os quais nos deparamos durante a vida. 

Era o ambiente em que precisava se vestir constantemente de maneiras distintas. Colocava roupas para representar a si mesma e aos outros, incorporando personagens variados. Só depois de muito tempo passou a falar em cena. E foi um processo demorado. O teatro foi uma grande escola para entender como os desafios de convivências com múltiplas culturas devem ser vivenciados por todos nós. 

Em compensação, durante boa parte dos primeiros anos de vida, somos levados a crer que o mundo é nosso, sem espaço para os outros. Berços são individuais, há sempre alguém de olho no que aprontamos e dando ouvidos a nossos desejos, vontades e dores. É só depois de alguns anos que passamos a conviver em grupo, na rua ou na escola, nos relacionando com outras pessoas de formações e origens diferentes. 

E a vida é feita desses encontros e desencontros de opiniões, experiências, histórias de vida e comportamentos distintos. Quando cultivamos uma personalidade que valoriza o individualismo em excesso, fica mais difícil trabalhar em equipe, buscando sempre subir de cargo sem o devido merecimento.  

Se na vida e nas artes é preciso dar espaço e ganhar espaço de outras pessoas, por que no mundo corporativo seria diferente?

Hiperconexão

Vivemos tempos de liberdade em rede. Com tantas inovações tecnológicas surgindo a cada ano, as pessoas se sentem permanentemente mobilizadas para ficarem conectadas umas às outras. Ninguém tem dúvidas do quanto avançamos, com facilidades nunca antes vistas, desde o simples ato de fazer uma compra até à comunicação em questão de segundos com gente do outro lado do mundo. 

Em compensação, um sentimento de solidão é aflorado. Ao mesmo tempo em que estamos todos juntos nessa aldeia gigantesca que é a internet, o mundo on-line nos mantém presos a tentativas frequentes de demonstrar o quanto nossa vida é perfeita, apegando-se às aparências. 

Seus colegas de trabalho podem ter acesso a muitos aspectos pessoais em poucos cliques, fatores que podem, inclusive, ser usados contra você tanto em momentos de divergências, atacando os pontos fracos, como também por destrincharem sua personalidade em público. Ninguém está livre. 

Por outro lado, esses recursos também estão disponíveis para quem busca ter um melhor convívio interpessoal no dia a dia. É possível entender os gostos e preferências de cada um de seus colegas de trabalho de acordo com perfis e postagens. É uma boa ferramenta para ser usada para entender melhor os comportamentos, habilidades e dificuldades de cada um, sempre respeitando os limites de privacidade, separando o lado pessoal do profissional. 

Lembre-se que no dia a dia você lida com pessoas, que merecem respeito por suas particularidades. A hiperconectividade pode nos levar ao isolamento diante de telas, mas você não pode esquecer que trabalha com pessoas de carne e osso, ali, ao seu lado, precisando de ajuda e dispostas e auxiliarem na resolução de problemas. 

Faces do grupo

Os primeiros passos da socialização vêm depois da identificação de que não estamos sós no mundo. Somos apresentados a uma sucessão de grupos, escolhidos ou impostos, da família à escola, passando pelos amigos e chegando à vida profissional. Raramente você irá trabalhar sozinho. Mesmo que tenha essa impressão, sempre precisará prestar contas a alguém, seja um cliente ou o chefe do outro lado do mundo em home office, sem o convívio diário. 

É por meio da rede de contatos construída ao longo da vida que vamos elaborando experiências, melhorando a capacidade de interagir, tirando lições das vivências compartilhadas e nos reconhecendo em situações vividas por quem nos cerca. 

Diante de um grupo de trabalho, é preciso enxergar o aspecto fundamental de que todos caminham em uma mesma direção. Toda atitude prejudicial a alguns funcionários ali presentes terá reflexo no resultado final, ainda que resulte em uma promoção individual ou em outras vantagens desfrutadas por uns poucos colaboradores. 

Dentro de um mesmo grupo, pode haver diversos outros subgrupos com suas afinidades, não só as profissionais mas também as pessoais, que precisam ser analisadas para entender melhor como lidar com as ambições, desejos e desempenho conforme o esperado. 

Bons líderes compreendem o aspecto multifacial de sua equipe. Ele nunca será homogêneo, como os seres humanos nunca o são. Uma equipe solidária tem a obrigação de compreender e interpretar de maneira racional as diferenças em diversos aspectos existentes dentro da mesma organização. 

Grupos de ajuda mútua

Na metade deste microbook, trouxemos algumas perguntas que merecem sua reflexão. Existe uma mágica para trabalhar em grupo? Como lidar com metas que parecem irracionais, sobretudo aquelas que obrigam mudanças radicais? Por que o apoio do grupo facilita as mudanças de hábito? É mais fácil alcançar objetivos quando perseguidos coletivamente? Afinal, por que em grupo e não sozinho? 

Em seus estudos, a autora notou que muitos entrevistados tinham iniciativas individuais fracassadas, mas conseguiam melhores resultados depois de algum suporte em grupo para atingir seus objetivos. Isso pode ser explicado de maneira simples. Um mesmo problema visto sob diversas perspectivas tem mais chances de ser resolvido mais rapidamente.

Quando trabalhamos sozinhos, nossa visão única pode tornar mais difícil de se abrir a novas formas de abordagem espontaneamente. A heterogeneidade de uma equipe permite montar uma resolução como se cada membro do time fosse uma peça do mesmo quebra-cabeças prestes a ser finalizado. 

A formação de grupos de ajuda mútua, onde cada membro da equipe se debruça sobre os problemas do outro, ajudando e sendo ajudado, é uma alternativa interessante de eliminar pendências de maneira simples, objetiva e eficaz. Quase como um mutirão. Além de resolver problemas, a medida também aproxima os colaboradores, melhorando a relação no dia a dia. 

Adotando essa forma de trabalhar, soluções impensadas são colocadas em prática e novas ideias surgem do encontro de pessoas com perfis totalmente opostos. Ninguém está sozinho e essa consciência ajuda a conseguir melhores resultados. 

O novo e a criatividade

Em qualquer equipe, em diferentes segmentos, em todos os contextos possíveis, a implementação de mudanças bate de frente com resistências naturais. Afinal, se tudo está funcionando de um jeito, por que revirar tudo com supostas soluções mágicas e sem comprovação na prática? 

Esse comportamento é natural, já que nosso cérebro confunde o que é familiar com o que é correto. Basta a sensação de que algo é conhecido para haver uma prévia aprovação. Da mesma forma, o novo é decodificado como desconhecido ou incerto, portanto não merece confiança. 

A inovação é um conceito recente, pós-moderno, e sua aplicação depende de um ambiente propício. Em geral, o mercado de trabalho ainda privilegia a capacidade intelectual, a quantidade de informações armazenadas e o raciocínio lógico-matemático. Não que isso seja irrelevante, muito pelo contrário, mas enquanto os avanços tecnológicos são supervalorizados, a criatividade é reprimida e acaba atrofiada em grandes grupos. 

Uma cultura de inovação exige valores e atitudes condizentes, demanda traduzir em miúdos o comportamento inovador. O que faz uma pessoa inovadora? Como se comporta um gestor de ideias? De que maneira fomentar a geração de ideias em grupo? 

Não existe possibilidade da criatividade prosperar em um ambiente sem solidariedade e troca de conhecimentos. As ideias mais mirabolantes do mundo surgem por meio de conversas, sugestões e interação constante dentro de um grupo. 

A ponta do iceberg 

Tudo depende de pessoas. O cenário atual do mercado de trabalho é de constantes mudanças, avanços tecnológicos e forte necessidade de inovação. As empresas abrem caminho para fusões e aquisições, reunindo pessoas e equipes de diversas culturas. Você precisa estar apto a dialogar com múltiplos códigos, símbolos e comportamentos. 

Todos os dias, terá que lidar com incertezas e, ao mesmo tempo, com surpresas da mistura de culturas em um mesmo ambiente. É preciso atrair, desenvolver e reter talentos na mesma proporção que os negócios vêm se tornando cada vez mais complexos e desafiadores.

Sem entender o próximo, aprender a ouvir atentamente e ler as reações diante do sucesso e do fracasso, você e sua companhia ficarão estagnados, com alta rotatividade e busca desenfreadas para melhorar os números. Uma equipe solidária é a ponta do iceberg para melhorar as relações humanas.

Antes de ser um bom profissional, busque ser uma boa pessoa. Afinal, os cargos vêm e vão. As experiências pessoais, o convívio e a amizade ficam. Comece agora! 

Notas finais 

Ninguém está só no mundo. Mesmo nos momentos mais difíceis de nossa vida profissional, entender a possibilidade de transmitir nosso conhecimento ao colega de trabalho, ou mesmo ser ajudado por ele, ajuda a atravessar as turbulências que afetam carreiras em todos os segmentos. Fazer parte de uma equipe solidária é ampliar horizontes, encontrar novas respostas e atingir metas que pareciam inalcançáveis. Além disso, o clima interno melhora e a retenção dos talentos que se destacam ocorre com mais facilidade. 

Dica do 12min

Uma equipe mais solidária exige se colocar no lugar dos outros colegas. Confira no microbook Empatia boas lições e dicas para colocar em prática uma das habilidades mais valorizadas no futuro do mundo corporativo. 

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Palestrante, escritora, e facilitadora de Escrita e Fala Criativas. Renata Di Nizo se especializou no desenvolvimento de p... (Leia mais)

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